Por @nosdoisnomundo
Chiang Mai, a chamada “Rosa do Norte da Tailândia”, é uma cidade que fica na parte norte do país; uma região montanhosa, mística e repleta de história. Até hoje ainda existem vestígios de sua “Cidade Antiga”, com muralhas e fossos que relembram seus tempos como centro cultural e religioso.
Centenas de templos budistas também ornamentam Chiang Mai, entre eles o Wat Phra Singh, do século XIV, e o Wat Chedi Luang, do século XV, decorado com serpentes esculpidas.
Sabíamos que a região tinha muito a nos oferecer, mas chegamos lá em tempos difíceis (com o início da epidemia do coronavírus) e, por isso, optamos por explorar mais as experiências do nosso hotel do que desbravar a cidade.
Chegar em Chiang Mai com a hospitalidade de um Four Seasons certamente foi um grande diferencial. Ao desembarcarmos, um funcionário já nos esperava com uma plaquinha para nos levar em um trajeto de pouco mais de 30 minutos, em um carro equipado com wi-fi, lanchinhos e toalhinhas frescas. Logo na recepção, fomos recebidos com um drink refrescante e mimos floridos feitos por artesãos locais.
Ficamos boquiabertos com o cenário que encontramos.
O Four Seasons de Chiang Mai fica em meio a campos de arroz esverdeados...um verdadeiro santuário de bem-estar, perfeito para relaxamento, recarregar as energias e vivenciar experiências extraordinárias.
Logo que chegamos, fomos agraciados com um early check in. Nosso quarto, debruçado sobre os campos de arroz e uma vista idílica, era de cair o queixo. A paz era imensa. Uma varanda conduzia a um gazebo delicioso, perfeito pra passar horas e horas de pura contemplação.
Nossa primeira atividade por lá foi um mergulho na piscina infinita. Há tempos namorávamos aquela paisagem e, finalmente, estávamos nela. Era difícil acreditar. O serviço do hotel já se mostrou relevante quando, ao deitarmos nas espreguiçadeiras, fomos servidos em seguida com sucos de frutas da estação, água saborizada, protetor solar e snacks. A piscina era gélida, mas agradável quando o calor lá fora era de uns 30 graus.
Depois, já com fome, fomos almoçar no Khao, restaurante especializado em comida tailandesa. Foi uma imersão nos sabores e aromas da culinária nortenha da Tailândia. Pedimos de tudo um pouco e nos refrescamos com coquetéis locais.
No meio da tarde, enquanto Daniel treinava na academia (super bem equipada), fui ao spa conhecer de perto a famosa massagem tailandesa.
Foram 90 minutos de uma sequência que começou com um escalda-pés, várias terapias distintas e uma massagem como nunca tinha recebido na vida. Uma senhorinha de um metro e meio alternava força e delicadeza em meio à dissipação das tensões acumuladas de meses sem férias e trabalho non-stop. Não me lembro se dormi pesado, cochilei ou entrei em alfa, rs. Só sei que saí de lá mais leve e feliz.
Encontrei o Dani a tempo de nos prepararmos para ver a cerimônia dos fazendeiros (farmers parade) que, todos os fins de tarde fazem uma apresentação para os hóspedes enquanto acendem tochas por todo o hotel e iluminam uma fogueira no laguinho, ornamentando a área principal do hotel. Tudo fica impressionantemente lindo e charmoso, e o sol se põe bem em frente à piscina.
Finalizamos a noite com uns drinks no Ratree Bar and Lounge. Estávamos ainda absorvidos pelo jet lag - mesmo depois de 3 dias inteiros na Tailândia - e fomos dormir sem jantar.
No dia seguinte, acordamos antes do sol nascer para participar de uma cerimônia com os monges budistas que, todos os dias, vão ao hotel para receber oferendas. Foi uma experiência rápida, mas gratificante, energizante...
A jornada de bem-estar no Four Seasons seguiu com uma sessão de yoga ao amanhecer, com 90 minutos de prática guiada e personalizada. Foi uma oportunidade excelente de redescobrir minha paixão pela atividade e que me fez prometer recomeçar quando voltasse ao Brasil.
Nosso itinerário por lá estava repleto de atividades. Depois de tomar um café da manhã reforçado, fomos aprender um pouco mais sobre as tradições do norte da Tailândia.
O Four Seasons de Chiang Mai é conhecido pelos seus notáveis campos de arroz, mantendo viva uma cultura tradicional regional. Aprendemos com os funcionários como fazer o plantio, sobre a história e tipos de arroz...foi sensacional! Dali, fomos dar comida aos búfalos do hotel. Que manhã extraordinariamente enriquecedora e cheia de aprendizado!
Curtimos o restinho da manhã na piscina, onde comemos um almocinho light e relaxamos.
À tarde, fomos em busca de uma nova aventura: dar banho em elefantes.
Aqui, devo fazer um parêntese: sempre fomos relutantes em vivenciar esse tipo de experiência porque sabemos das condições a que muitos animais são submetidos quando confinados em parques temáticos. Assim, buscamos junto ao Four Seasons as melhores referências de lugares, especialmente onde é proibido montar nos elefantes. Escolhemos o Thai Elephant Care Center porque - segundo eles atestam - é um retiro de elefantes velhinhos, que se “aposentaram” de uma vida inteira de trabalhos forçados. Era também o mais pertinho do hotel, a apenas 15 minutos de carro dali.
Uma coisa que ficamos bastante impressionados é que os elefantes asiáticos são muito diferentes dos africanos; não só em compleição, mas no comportamento também. Na cultura tailandesa, por exemplo, esses animais sempre estiveram muito próximos do homem e são, portanto, menos selvagens ou perigosos do que os que conhecemos em nossos safaris africanos. Por centenas de anos os elefantes foram importantes na execução de tarefas que exigiam força, seja para a construção de templos, transporte de madeira e até mesmo nos exércitos do Sudeste Asiático.
Contraditoriamente, para os tailandeses o elefante é também um animal sagrado, tanto que aparece como símbolo de prosperidade e bem-estar no budismo e hinduísmo, que o conectam com a imagem de deusas e deuses como a Ganesha e Airâvata. Eles podem ser vistos ornamentando milhares de templos ao longo do país.
Lá no Thai Elephant Care Center eles nos contaram que a maioria dos elefantes eram abandonados nas selvas, mas que, já velhinhos e “domesticados”, não sabiam mais viver por conta própria na natureza. Ficavam sozinhos e passando fome até que morriam. Foi aí que surgiu a ideia de resgata-los e criar um santuário próprio para cuidar deles.
Pudemos ver de pertinho o cuidado que dispensam no trato com esses animais. O programa que escolhemos, de meio dia, incluía aprender a preparar a comida deles, alimenta-los, dar remedinhos com ervas medicinais e depois dar banho nos elefantes. Algo único e inesquecível!
Saímos de lá maravilhados. Voltamos para o hotel a tempo de me consultar com uma naturopata. Sabia que seria especial, mas a consulta com ela foi sensacional. Falamos sobre estresse, alimentação, hábitos, exercícios físicos...e ela me guiou e me sensibilizou para adaptar meu estilo de vida para um mais saudável.
Quando um hóspede tem vários dias no Four Seasons, a consulta acontece no primeiro dia, quando então se formata todo um programa específico e individualizado para cada um. Vejam exemplos aqui.
Passamos o resto do dia à beira da piscina, vimos novamente a “Farmer’s Parade” e fomos nos assistir mais um pôr do sol enquanto degustávamos os coquetéis fantásticos do bar.
Fechamos o dia com um jantar inesquecível no North By Four Seasons, cuja especialidade são as carnes de corte premium, grelhadas no fogo. O Chef prepara tudo à nossa frente, na opulente e elegante churrasqueira que ocupa o vão central do restaurante.
No dia seguinte, partimos bem cedinho para o próximo destino: o sul da Tailândia, recheado de praias de mar verde esmeralda e paredões rochosos.
Outras experiências legais no FS Chiang Mai: uma aula de culinária em uma verdadeira escola de gastronomia – LINDA – no hotel; jantar romântico em um cenário especial; andar de bicicleta pelos arredores dos campos de arroz; picnic no Me Tang River, entre outras. Importante também ressaltar que o hotel é extremamente kids friendly, tem uma brinquedoteca fenomenal e um programa kids fantástico.
Obs: Infelizmente, durante o avançar da nossa viagem os casos de coronavírus foram se tornando ainda mais preocupantes ao redor do mundo. Os planos iniciais envolviam conhecer mais da cidade de Chiang Mai, seus templos, mercados noturnos, ver lutas de muay thai e muito mais. Mas, devido à situação crítica, optamos por ficar na tranquilidade do hotel e curtir as variadas experiências que o local nos proporcionava. Confesso que não sei se trocaria isso por qualquer passeio, pois foi exatamente o que precisávamos. Caso considere adicionar esses passeios enquanto estiver em um Four Seasons, lembre-se de que precisará de muito mais dias para viver tudo que o lugar oferece.
Sobre Chiang Rai: muitas pessoas fazem de Chiang Rai apenas um passeio desde Chiang Mai. Mas, particularmente, considero essa estratégia uma perda de tempo. O “ideal” (em nossa humilde opinião) seria chegar por um e sair pelo outro. Isso porque o deslocamento entre as cidades demora quase 4 horas de carro (imagine 8 horas só de estrada em um dia...muito puxado!)! Se tivéssemos tido tempo suficiente para combinar os dois, teríamos ido de Bangkok para Chiang Rai e nos hospedado do icônico Four Seasons Tented Camp.
Veja nosso roteiro completo na Tailândia aqui.
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