Dicas da cidade de Muscat

  • 07 de novembro de 2015
Dicas da cidade de Muscat


Caímos em Omã de paraquedas. Ou quase isso. Nossa programação era ir para Abu Dhabi e Dubai, afinal, a Madu como engenheira estava louca para ver as cidades megalomaníacas da construção civil.

Porém, não conseguimos tirar nosso visto para Abu Dhabi no aeroporto, apenas Dubai oferece o visto na chegada aos Emirados, e estávamos no meio do Eid Al-Adha (como se fosse o feriado de natal para os brasileiros).

 

Então imaginem só: o aeroporto estava uma loucura! E precisávamos de um vôo para sair dos Emirados em até 24h, ou então voltaríamos para Johannesburgo. Nosso próximo destino seria Jordânia e Egito, e nossa passagem já estava comprada saindo de Dubai. Mas por estarmos na véspera do maior feriado islâmico, uma remarcação foi impossível (financeiramente falando).

Nos deparamos com vôos lotados e passagens caras, além da limitação de visto para alguns países das Arábias. A passagem com menor custo, ainda bem cara para um bom mochileiro, foi Muscat (e visa on arrival para brasileiros).

 

Depois de 7 horas de vôo de Johannesburgo até Abu Dhabi, 8 horas de aeroporto e mais 1 hora de vôo, chegamos em Muscat. Descemos do avião e avistamos uma fila gigaaaante na imigração, que aparentemente não se movia, com todos inclusive sentados no chão. Estávamos exaustos das viagens e de todo stress nos Emirados, e encarar uma filinha básica daquelas foi uma apunhalada a mais no coração rsrsrs. Caminhamos mais um pouco saguão a dentro para descobrir que a nossa fila não era aquela (UFA!), apenas uma menor saindo pela tangente que nos levou rapidamente as esteiras de bagagem. Mas nossa mera alegria durou pouco, pois adivinhem só? Claro que nossas malas não chegaram, né?! Acho que esquecemos nosso trevo de quatro folhas na África do Sul.

Pegamos um táxi e saímos do aeroporto sem bagagem, sem lenço e só com documentos. Seguimos deBoa para o hotel, as 5 da manhã, e nos deparamos com um belíssimo nascer do Sol no deserto. Uma cidade urbana, em ascensão nítida, nos recebeu de braços abertos.

Nosso primeiro dia foi de reconhecimento do local, afinal, não sabíamos o que esperar. Nunca pensamos em conhecer esse Sultanato, e foi uma surpresa maravilhosa.

 

 

Imponente com suas musallas (salas de reza), cúpulas, minaretes, candelabros encantadores, o segundo maior carpete do mundo e cercado pelo jardim real. Tudo majestosamente posicionado.

 

Saímos da mesquita e pegamos uma van, transporte público local, pois nos locomover de táxi seria uma pequena fortuna. A moeda apesar do nome parecercom a nossa, Rial, é bem mais valorizada (OMR 1,00 = R$ 9,80). Mas para aqueles que querem fazer o tour com o Big Bus Sightseen (aquele ônibus vermelho presente em todas as grandes cidades turísticas), ele passa por todos os pontos queridinhos da cidade.

 

No caminho para a Mutrah Corniche, a bela orla de Muscat, fomos conversando com nosso motorista (nós no banco da frente, claro, pois a Madu era a única mulher na van). Ele adorava o Brasil e não falava uma palavra em inglês, mas nos comunicamos perfeitamente. E para a nossa surpresa ele nem nos cobrou a 'carona' uhul. A visão que tínhamos dos súditos do Sultão mudou completamente.

A Arábia é exatamente como você imagina, e ao meio dia pudemos vivenciar isso. 45 graus, sol a pino e um céu azul nos esperando para passear. Estávamos caminhando pela Corniche e o que mais sonhávamos era dar um mergulho naquele mar azul turquesa de roupa e tudo. Rsrsrs

 

 

No dia seguinte escolhemos a praia de Qurum para passar o dia. Com uma orla arborizada foi uma delícia passear por aqui. Praia cheia, todos jogando futebol na areia, badminton nos gramados, fazendo picnics. Um astral incrível no calçadão desenhado que levava até oparque público.

 

Lá próximo fizemos um almoço tarde, na região de Al Shatti, com várias opções de restaurantes aconchegantes com vista para o mar, e lógico, um ar condicionado (delícia!). Caminhamos de volta para o hotel no pôr do sol, ao som de citações do alcorão ecoando pela cidade na hora sagrada.

 

Nosso último dia fomos as compras! Rsrs Tudo bem, não compramos nada por conta do nosso budget, mas Muscat é muito propício ao impulso consumista. Os shoppings Muscat City Center e Muscat Grand Mall são repletos das marcas mais famosas e a mulherada aqui compra mesmo! Fico imaginando só que por baixo das burcas elas devem estar vestindo Prada ou Chanel. Para não dizer que não compramos nada, saímos do shopping com 2 ímãs, e continuamos nosso "passeio" de van até a ÓperaReal e o Muttrah Forte.

 

Terminamos nosso último dia com um jantar bem estilo das arábias, muitos kebabs, um machboos(um mix de arroz levemente apimentado cozinhado sobre a carne) e fechamos com halwa, um tipo de doce local.

 

Apesar de toda “turbulência” que foi chegar a Muscat, o Sultanato de Omã foi fascinante. A geografia marcante, entre seu mar azul cercado por paredões rochosos, parecendo feitos à mão. Repleto de jardins e flores por toda cidade, Muscat tem excelentes pontos turísticos e um povo hospitaleiro. Esperamos voltar a esse lugar encantador para desfrutar com mais tempo.

O que mais valeu a pena:

• A Grande Mesquita do Sultão Qaabos
• Praia de Qurum
• Muttrah Corniche
• Muttrah Souq

O que gostaríamos de ter feito:

• Visitar o Palácio do Sultão, não conseguimos pois estávamos no meio de um grande feriado na região
• Conhecer o Bimmah, um sumidouro que tem um túnel subaquático que liga com o mar
• Passeio no deserto

Onde ficar:

• Região de Al Khuwayr é onde concentra a maior parte dos hotéis
• Se quiser relaxar, existem vários hotéis com praias privativas
• Opções para budget travel é difícil. Ficamos em um mid range, o Tulip Inn. Excelente!

Quanto gastamos:

• Em média US$150,00/dia, o casal
• Táxi é caro. Uma corrida do aeroporto para o hotel sai em média OMR 8,00, ou seja, US$ 20,00. Se orçamento não for um problema para você, o ideal é alugar um carro. Ou então andar de transporte público como nós, uma corrida custa em média 600 baisa (OMR 0,600)
• A maior parte dos passeios tem entrada gratuita

Tome Nota:

• Não existem preconceitos com roupas, pode usar o que quiser, mas respeitando a cultura local. Por exemplo, ombros a mostra já são bastante chamativos, evitem roupas curtas e decotadas.
• A visita a Grande Mesquita só pode ser realizada das 08:00am as 11:00am, e fecha as sextas feiras. Tornozelos e ombros devem estar cobertos, para os homens. As mulheres devem cobrir: ombros, braços, cabelo e tornozelo. Nada que uma calça jeans, uma camisa de manga comprida e um lenço bacana não resolvam.


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Sobre o Autor

Laion e Madu

Conheçam o mundo sob a ótica do casal Laion e Madu do @projetodeboa