Por @nosdoisnomundo
Tenho o hábito de surfar no insta e procurar destinos extraordinários pra conhecer. Nunca tinha antes pensado que o Piauí seria um deles, até encontrar a Casa Rio da Barra. Depois de me deparar com aquele charme de casa disponível pra aluguel, tive a certeza de que um dia me hospedaria lá.
COMO CHEGAR
A Casa Rio da Barra, que foi matéria até na Revista Casa Vogue, fica localizada no povoado de Barrinha, em Cajueiro da Praia, a poucos quilômetros da charmosa praia de Barra Grande.
O vilarejo, frequentado por amantes do kitesurf, é reduto de europeus que valorizam o litoral piauense muito mais que os próprios brasileiros. Um pecado que cometi por muitos anos também, mas que ficou pra trás após me deparar com o primeiro pôr do sol testemunhado da praia de Barra Grande.
Pra chegar lá, duas maneiras principais: uma, pelo aeroporto de Teresina e mais quatro horas de carro em uma estrada boa. Uma alternativa, mais rápida, é chegar pelo aeroporto de Parnaíba, que fica a 70 km dali.
Nós fomos por Teresina, onde alugamos um carro no próprio aeroporto.
Se tiver intenção de incluir Barra Grande como parte da Rota das Emoções, vale também pensar em vir a partir de Jericoacoara. Mas, embora sejam apenas 170 km, o trajeto é uma buraqueira enorme, então nem cogite viajar à noite.
QUANDO IR
O litoral piauense é marcado por uma estação mais chuvosa, que vai de fevereiro a maio, e uma estação tipicamente seca, que vai de junho a dezembro. Frio, não espere jamais, rs. Quando fomos, em setembro, o vento fresco nos fez até esquecer que estávamos no Piauí.
A CASA
A Casa Rio da Barra foi um sonho projetado pela Martha Galvão Ribeiro - a Martinha -, empresária paulistana que enxergou nessa área ainda pouco explorada do Piauí uma oportunidade para estabelecer um refúgio de veraneio para a família. A ideia era que tivesse um misto de ares de casa no campo com a vibe deliciosa praiana.
Construída em um terreno debruçado sobre a Lagoa do Santana e totalmente pé na areia, a casa se tornou na comunidade uma referência no quesito sustentabilidade. Ao promover limpezas programadas na lagoa, a Martinha contribuiu para engajar o povoado local e despoluir suas águas.
Dependendo da lua e da maré, a lagoa fica cheia como um mar, sendo inclusive ponto de partida para fazer kitesurf e desembocar no oceano. Quando fomos, estava mais sequinha, mas não menos bonita.
A casa se beneficia da rusticidade do emprego de materiais produzidos a partir de tradições nativas: cimento queimado, telha de coxa, palha de carnaúba, madeira…elementos de arquitetura que só adicionam conforto e charme ao projeto: cada cantinho dessa casa é altamente instagramável, com toques de bossa e cor.
Suas 4 suítes abrigam confortavelmente até 10 hóspedes, que usufruem de instalações com ar condicionado, piscina, cozinha gourmet e muito mais.
Ocupamos a casa toda, com um time de amigos da pesada: os queridos Raquel e Rafael, do @correndoladoalado - viciados em corridas e em tudo quanto é tipo de esportes -, os incríveis André e Suzana, do @amigoscozinham - também viciados em queimar energia em corridas, mas muito mais em nos presentear com calorias dos pratos SENSACIONAIS que preparam e, last but not least, nosso fantástico amigo @marciomaron, advogado tributarista de respeito, e que tem como paixão a fotografia. Aliás, foi ele quem tirou todas as fotos desse post!
Um dos quartos é, na verdade, um bangalô amplo, que entrega privacidade e o espaço suficiente para quem, como nós, viaja com crianças.
Um staff de quatro pessoas fica a postos pra garantir a hospitalidade necessária para umas férias inesquecíveis. Destacamos aqui a Clarinha, com sua habilidade incrível para elaborar pratos saborosos formulados a partir de ingredientes frescos e locais.
Na Casa Rio da Barra, a ordem é não se preocupar com nada: você pode simplesmente aceitar a recomendação da chef para montar um cardápio pra sua estada, ou usar sua criatividade para elaborar um menu personalizado. E nem precisa sair da casa para fazer as compras. A equipe faz o serviço e você só se dá ao trabalho de conferir a nota e acertas a contas depois.
Nós tivemos a honra e a sorte de estar com nossos amigos @amigoscozinham, que coordenaram junto com a Clarinha toda a execução da cozinha. Foram muitas delícias degustadas, dia e noite.
Uma das comodidades da casa é receber o simpático "senhor das ostras", o Sr. Carlos, que leva ostras frescas para os hóspedes degustarem. Também é ele que prepara um churrasco especial de frutos do mar.
Outro marco da estada na Casa Rio da Barra é o bem estar. Todos os dias, agendávamos massagens com a Dianne, uma massagista fera de lá.
Em nossas tardes, ou aproveitávamos o calor à beira da piscina ou no balanço das redes espalhadas por toda a casa.
Nossos amigos Raquel e Rafa velejavam todos os dias, e nosso point de encontro no final das tardes era a badalada pousada BGK. Lá é considerado um dos melhores lugares para ver o pôr do sol, com uma atmosfera super descolada em meio a sunsets com djs que acontecem quase que diariamente.
O local reúne kitesurfers de todo o mundo, que cortam os céus em suas pipas enquanto o sol se põe e o entardecer assume tons de vermelho, rosa e roxo...
Ficávamos lá até o anoitecer, quando seguíamos de volta para a nossa casa.
Rústica e pé na areia, Barra Grande conquista por sua simplicidade e pela sua vibe cool e despretensiosa.
Novos empreendimentos despontam ano a ano, fazendo do vilarejo um reduto com extremo potencial de crescimento e de cativar, cada vez mais, a ala dos viajantes mais exigentes.
Não conhecemos nenhum restaurante por lá, mas nos deparamos com vários charmosos ao longo da rua principal. Em nossas andanças pela vila, visitamos o La Cozinha, tido como uma das melhores gastronomias da região. Um lugar bem simpático e e que parecia ser uma excelente opção para comer.
Nossas noites terminavam degustando os pratos mais elaborados feitos pelo André e pela Su, batendo papo e tomando um bom vinho.
Em um dos dias, aproveitamos para fazer um passeio de barco. Uma proposta diferente para quem quer testemunhar mais um pouco mais da natureza e a exuberância do litoral piauense. Levamos um espumante e fomos degustando ao longo do caminho.
No dia que fomos, o mar estava bem batido e o trajeto durou um pouco mais que o esperado. Não consideramos um passeio imprescindível, mas é uma experiência gostosa se você levar uma estrutura para um picnic na praia e chegar no momento certo em que a maré forma piscininhas no local.
Foram dias perfeitos, dignos de umas férias memoráveis. Voltaremos, muitas e muitas vezes!
O PROJETO CHÃO PIAUÍ
Pouco depois que voltamos de lá, a Martinha e seu marido lançaram um projeto incrível chamado Chão Piauí.
O projeto é fruto da união de três casais que buscavam fugir do caos dos grandes centros urbanos e encontraram na Barrinha uma oportunidade de viver uma vida simples e menos intensa. Só que além da própria satisfação de encontrar um "paraíso para chamar de seu", os casais se empenharam em valorizar e proteger o povoado, seus saberes e resgatar o passado para recriar o presente e construir um futuro de forma saudável.
E então, através do equilíbrio entre o serviço de hospedaria e vivências locais, passaram a abrir as portas para que outra pessoas pudessem viver tudo isso com eles.
O projeto é baseado em três pilares:
O CHÃO DE ACOLHER é o principal pilar do lugarejo. Os idealizadores formaram uma Associação do Povoado com objetivo de proteger a identidade dos moradores da região e desenvolveram iniciativas em prol da comunidade, onde aplicam 30% do lucro geral do CHÃO PIAUÍ.
O CHÃO DE ESTAR é um encontro de casas que honram a memória arquitetônica local, valorizando materiais nativos como a palha de carnaúba, taipa e madeira, respeitam o perfil natural do terreno e convivem de forma orgânica com a natureza espalhadas pelo curso da Lagoa do Santana.
O CHÁO DE ACULTURAR é a porta para as marcas que queiram conectar a identidade cultural do CHÃO . Oferecem osespaços para projetos proprietários de conteúdo através da co-criação de vivências para as ativações.
Esse artigo foi lido 1766 vezes!
Sobre o Autor