Como falei no outro post, saímos do Cairo em um voo da Egypt Air para Luxor. Inicialmente havia comprado um vôo para Aswan, mas não consegui saída do cruzeiro no dia e tive que cancelar. Se for fazer tudo por sua conta, veja sempre as opções do cruzeiro e depois compre a passagem.
LEIAM NOSSO POST COM DICAS DA CIDADE DO CAIRO.
Chegamos em Luxor por volta de 22h e o guia da Usamitas Mohamed estava a nossa espera para nos levar ao navio. Como chegamos depois do horário do jantar, havia um lanche no nosso quarto.
No dia seguinte fomos conhecer nosso primeiro templo, o da rainha da Hatshepsut. É um templo funerário construído durante a época do reinado exclusivamente para a mumificação. Com a morte do marido, a sucessão natural era do 1º filho homem, porém como ainda era criança, Hatshepsut o “ajudou” a reinar e quando o garoto fez 15 anos ela se declarou faraó e assumiu o trono, que durou mais de 20 anos. Com certeza este é um dos templos mais importantes e bonitos do Egito, principalmente pela importância da rainha e o período de prosperidade que o reinado dela trouxe ao Egito.
O templo está bem conservado, com vários desenhos da época. Interessante que em todos os desenhos a rainha é demonstrada em forma de homem.
De lá saímos para o Vale dos Reis, lugar que os faraós construíam suas tumbas e onde foi encontrada a tumba intacta do Tutankhamon, cujas peças encontram-se no Museu o Cairo (post anterior). O vale dos reis e os templos funerários ficam na margem oeste do Nilo, onde o Sol de põe, remetendo à morte.
Ao todo 62 tumbas, mas apenas algumas são abertas ao público para evitar a deterioração. Me falaram que eles vão alternando a abertura das tumbas. Como as tumbas eram construídas durante o reinado, quanto mais longo o reinado, mais imponente e ornamentada era a tumba.
Há opção de visitar a tumba de tutankhamon com um ingresso a parte, porém nosso guia recomendou outras duas tumbas mais ornamentadas: Ramsés VI e Ramses IX, que são realmente belíssimas. Mesmo no inverno fez muito calor, então não esqueça chapéu, protetor solar e água!
Após a visita, fomos a uma loja de artigos de pedra alabastro e lápis-lazúli. Não resisti e comprei alguns objetos de decoração de pedra. Rs
Enquanto fazíamos umas comprinhas, nosso querido guia Mohamed, comprou um saco de laranjas e mexericas egípcias, pois nos ouviu comentar de como eram deliciosas as frutas. São pequenas coisas que realmente fazem diferença no atendimento.
Na hora do almoço voltamos ao cruzeiro e começou a navegação rumo a próxima cidade, Edfu. Como a tarde foi de navegação ficamos relaxando na piscina vendo a vida passar nas margens do Nilo.
Nosso segundo dia no cruzeiro acordamos bem cedo para conhecer o tempo de Edfu também conhecido como Templo do Deus Hórus. Nosso guia providenciou uma charrete para nos levar, mas é possível alugar um tuc tuc. São uns 10 minutos do porto. O templo está bem conservado, pois foi descoberto embaixo da areia. Possui um grande pátio aberto e os desenhos já possuem certa influência Greco romana e mostram a luta do Deus Horus com seus inimigos. Pena que os cristãos e árabes ao descobrirem o templo destruíram boa parte dos desenhos. A visita durou cerca de 2h.
Voltamos ao navio para mais um período de navegação até o Templo de Kom Ombo ou de Sobek, dedicado ao Deus crocodilo da fertilidade e Horus.
Bem próximo ao templo tem um museu do crocodilo, que tem várias carcaças e múmias de crocodilo, mas não podia tirar foto.
Na volta vimos um pôr do Sol belíssimo do navio durante a navegação até Aswan. A noite no navio sempre tem alguma atividade, porém não espere nada como nos grandes cruzeiros.
No dia seguinte, acordamos às 3:30 hs da manhã para ir a Abu Simbel, talvez um dos tempos mais conhecidos do Egito, não só pela sua beleza, mas pelo perigo de inundação que correu com a construção da barragem de Aswan.
Foram 3h de viagem e como estávamos bem perto do Sudão, o policiamento ficou ainda mais ostensivo e fomos parados para controle de passaporte por 2 vezes, portanto não esqueça seu passaporte no Navio!! Nesta hora é bom estar com tour privado, pois a parada era bem rapidinho. Imagina conferindo o passaporte do ônibus todo? A viagem praticamente toda foi cruzando o deserto e vimos um nascer do Sol lindíssimo, além de algumas miragens.
Fomos literalmente os primeiros a chegar e pegamos Abu Simbel super vazio. O Sol ainda estava baixo, mas suficiente para iluminar o lago Naser e o templo, o que dava um charme ainda mais especial.
Abu Simbel foi construído no século XIII a.c em homenagem a Ramses II. Ao lado está o templo de Nefertari, sua esposa. Estes templos também estavam debaixo de areia, o que ajudou a conservá-los.
Talvez o principal motivo desse templo ser conhecido mundialmente, além da importância histórica, é o fato de ter sido transportado de lugar. O templo ficava a margem do rio Nilo e seria inundado pela construção da barragem de Aswan. Causando preocupação mundial com as obras, em 1959 a UNESCO promoveu uma campanha para arrecadar fundos para a obra. O templo foi desmontado e remontado a 60 metros de distância, em um ponto mais alto. Interessante que os arquitetos modernos fizeram questão de manter um aspecto do templo, que faz com que a luz do Sol entre pela porta e ilumine o rosto da estátua de Ramses II, fenômeno que ocorre somente 2 vezes por anos por alguns minutos. A lenda diz que o Sol ilumina o rosto no dia 22/02 para comemorar o seu aniversário e 22/10, para comemorar a conquista do trono. Incrível, ne?
Em geral, dentro das tumbas não é possível tirar foto, exceto se pagar um “gorjeta” para os policiais. Super chato...
O templo é bem suntuoso, afinal é de uns dos faraós mais importantes e que reinaram por mais tempo. Perceba na foto da entrada do templo a estátua de Ramsés II bem grande e a estátua de Nefertiti bem pequena ao lado? Da um zoom pq a estatua dela é bem pequena, menor que a perna do Ramsés. Que época machista...
Já o templo da Nefertari, cujo nome significa a mais bela e a mais perfeita, é bem simples que o do marido e fica bem ao lado.
Depois fizemos uma visita rápida à represa de Aswan, mas como foi só externa não foi tão interessante. O caminho de volta levou mais 3h e chegamos na hora do almoço no cruzeiro. Descansamos um pouco no convés do navio e à tardinha fomos fazer um passeio de feluca, barco típico do Nilo. Foi cerca de 1h de passeio entre as ilhas do Nilo, comunidades Nubias e o hotel Old Cataract onde Agatha Cristie escreveu o livro A morte no Nilo. Este é um dos melhores hotéis de Aswan.
Voltamos a tempo de ver o pôr do Sol no navio, dormimos mais uma noite no cruzeiro e no dia seguinte partimos de trem para Luxor. No dia seguinte saímos fomos levados à estação de trem de Aswan e pegamos um trem para Luxor.
A experiência do cruzeiro pelo Nilo é muito legal, pois você não precisa desfazer mala e andar grandes distâncias de carro , exceto Abu Simbel. Os períodos de navegação servem para ter aquele “dolce far niente” tão gostoso nas viagens de férias, tomar sol e curtir o convés. Os navios em geral são simples, mesmo que eles digam que é 5*. O quarto e o banheiro são antigos e a comida é buffet. Se você se programar com uma certa antecedência, que não foi o que eu fiz, é possível reservar o cruzeiro pelo Booking, pois eles também vendem quartos “ambulantes”, bastando procurar por Luxor ou Aswan e selecionar a opção Barco. Neste caso você terá que contratar seu guia diretamente no navio.
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Ter um guia exclusivo como nós tivemos foi fundamental para uma experiência mais rica e sinceramente vale o custo benefício. Cotei em algumas empresas “mais famosas” e o preço era o mesmo, porém o tour era compartilhado com mais 8/10 pessoas.
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